Uma das coisas mais fantásticas do Campus Party é a facilidade de chegar e conversar com as pessoas – a grande conversação é o espírito da blogosfera, é o espírito desse encontro. Conheci agora o Edney Souza, que já vai sendo chamado aqui de “Barão da Blogosfera”, e não é por pouco: seu blog, Interney.net, é o número 1 em boa parte dos vários rankings de blogs brasileiros e agora se transformou em um portal de blogs, que já conta com uma rede de outros 40 blogueiros.
A conversa foi uma continuação de uma bola levantada ontem à noite, numa rodinha aqui no CampusBlog, com vários blogueiros – Edney, Rosana Hermann, Rodrigo Fernandes e muitos outros – , em torno do relacionamento das empresas com a web 2.0. Peguei uma parte do bate-papo espremido entre as bancadas de computadores, e pude formar uma imagem interessante (meio caipira, como as lembranças de minha infância mineira, meio futurista, como cabe a este acampamento hi-tech): um prelúdio de uma dança de salão, onde, de um lado, estão as empresas, ávidas por compreender e conquistar a blogosfera e, de outro, uma força de mídia saindo da puberdade, ainda buscando criar sua personalidade, também sem saber muito bem como tirar as empresas pra dançar. A música toca, a dança ainda se insinuando.
Os blogueiros querem, sim, estabelecer uma boa relação com as empresas, o problema ainda é o “como”, “de que forma”. E aí ainda rola uma divisão: os blogueiros que já encontraram ou estão a caminho de encontrar seu papel como formadores de opinião, e de outro, os que querem mais é tirar vantagem disso tudo mesmo. “O blogueiro é meio jornalista, meio profissional de marketing, meio consumidor, e daí que vem sua força”, define Edney.
Para o “barão”, é preciso criar esse canal de relacionamento, estabelecer as regras de jogo, sentar e conversar. “O blogueiro profissional vive de sua credibilidade, não pode abrir mão dela, e a blogosfera não é uma serra pelada, onde quem cria um blog vai ficar rico”. Por outro lado, são as “Empresas 2.0”, como define Edney, que estão abertas a estabelecer esse diálogo – e, para isso, elas precisam saber com quem estão falando, quem são os blogueiros importantes para seu negócio. Para ele, é válido as empresas venderem sua idéia, seu produto, em troca da opinião de um blogueiro – “que, afinal, não é um só, mas reflete a opinião de todos os que lêem e acompanham seu blog, que pensam de forma semelhante ao blogueiro”, que tem relevância e seriedade para se estabelecer como um hub importante para as empresas.
Só não vale embuste. Não vale criar perfis falsos no Orkut, não vale ludibriar nem enganar. Nesse ponto, creio que o marketing invisível deixa de ter força como canal de relacionamento, ou não?
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