Programa Jornalista de Visão seleciona cinco jovens para bolsas de estudos em universidades norte-americanas

*Por MWeb

O Programa de Bolsas de Estudos Jornalista de Visão encerrou o ciclo da sua primeira edição com a seleção de cinco jornalistas que receberão bolsas de estudos para patrocinar cursos de Mestrado em Jornalismo e de Liderança Competitiva em universidades nos Estados Unidos. Os nomes dos cinco bolsistas de 2010 serão divulgados em um café da manhã para convidados na próxima segunda, 02 de agosto, no hotel Intercontinental, em São Paulo.

A iniciativa do Instituto Ling, que contou com o apoio do Grupo Máquina desde sua formatação incial até a comunicação de todo o programa, recebeu inscrições de 22 candidatos indicados por diretores de redação, editores e colunistas dos principais veículos de comunicação do Brasil conhecidos pelo histórico de independência, seriedade e bom jornalismo. Com foco em meritocracia, o processo seletivo contou com dinâmicas de grupo e atividades objetivas focadas em Jornalismo. Os bolsistas selecionados se caracterizam pelo trabalho de fortalecimento da imprensa no Brasil e a defesa de valores de independência, democracia e liberdade.

A primeira colocada, Mariana Sanches, receberá uma bolsa no valor de US$ 55 mil. Formada pela Cásper Líbero, ela atua como repórter da editoria de Brasil e Política da revista Época Diego Escosteguy, repórter da sucursal de Brasília da revista Veja, e Carolina Pires, repórter da editoria de Política Nacional da Agência Estado, receberão uma bolsa no valor de US$ 45 mil cada. Os três primeiros colocados poderão optar por um curso de Mestrado em uma das cinco universidades escolhidas por profissionais da área de imprensa. Entre as opções estão a University of Columbia, em Nova York, Northwestern University, em Chicago, University of Missouri, em Columbia, University of California, em Berkeley, e Emerson College, em Boston

O repórter da Zero Hora, Cauê Vargas, e Felipe Seligman, jornalista da sucursal de Brasília da Folha de São Paulo, receberão uma bolsa de US$ 15 mil (cada um) destinada a patrocinar o Programa de Liderança Global Competitiva da Universidade de Georgetown. Com duração de três meses, o curso é coordenado pela Latin American Board da Universidade e tem como objetivo qualificar líderes a entender as tendências globais que afetam a América Latina e, dessa forma, promover a competitividade, o progresso e a inserção internacional da região.

Iniciativa do instituto Ling, o projeto conta com patrocínio de Braskem, Escritório de Advocacia Gouvêa Vieira, Instituto Claro, Instituto Mises Brasil, Lojas Renner e Petropar, além de apoio do Grupo Máquina e Instituto Millenium.

* MWeb é Unidade de Negócio do Grupo Máquina voltada para prover soluções em comunicação e marketing digital, gestão da reputação de marca e pessoas na internet, criação e gestão de canais institucionais nas redes, além do exclusivo software de monitoramento e gerenciamento de redes sociais.

A Geração Z e a Internet

*Por Renato Filipov

Durante muitos anos, ouvimos falar em alguns termos que definem as gerações, tais como “Geração X” ou “Geração Y”. Enquanto a primeira foi representada pelas crianças nascidas entre 1965 e 1980, a segunda conta com os jovens adultos de hoje, nascidos durante as décadas de 80 e 90. Muito se sabe do que essas gerações passaram em suas formações, desde presenciar a tensão da Guerra Fria pela geração X até a revolução tecnológica vivenciada pelas crianças da geração Y. O segundo grupo cresceu em uma era próspera, cheia de novidades e apetrechos tecnológicos, onde qualquer joystick ou teclado de computador os deixavam praticamente hipnotizados frente ao poder que esses aparelhos representavam. A transição foi complexa, mas bem mais suave do que o impacto que essa revolução causara na geração antecessora.

Mas o que falar da “Geração Z”? Classificam-se nesse grupo as crianças nascidas após a década de 90 até meados da década passada. São pessoas que não conseguem imaginar o mundo de hoje sem as principais ferramentas contemporâneas que conhecemos como o computador, o telefone celular, a internet… Para eles, o controle remoto fora inventado na idade da pedra.

Praticamente “multi-tarefa”, assim como os nossos PCs atuais, essas crianças e jovens de hoje conseguem processar e realizar muito mais tarefas simultaneamente do que os seus pais, em decorrência da naturalidade do meio em que cresceram e aprenderam a viver. Jogam vídeo-game, acessam a internet, ouvem rádio, estudam e se alimentam praticamente fazendo tudo ao mesmo tempo. E trocam de uma atividade para outra com uma frequência alucinante. Haja pique para acompanhá-los!

Junta-se a essa agilidade uma imensa quantidade de informações que a geração Z tem à sua disposição. Através da internet, eles são abastecidos com um volume muito grande de novidades, fatos, notícias e informações em tempo real, guardadas em um banco de dados praticamente infinito espalhado pela nuvem. E tudo ao clique de um botão. A facilidade de pesquisa torna essa geração melhor informada que as demais, e com grande capacidade de processar múltiplos fatos e conhecimentos, o que a torna mais ágil e audaz.

Mas nem tudo o que está na rede deveria ser exibido a todos os públicos, principalmente tratando-se dos mais jovens. Ao contrário de programações na TV que possuem uma classificação etária, na internet tudo está aberto. Uma criança pode ter acesso a conteúdos impróprios com poucos cliques, desde material pornográfico até sites que ensinam a criar bombas ou artefatos perigosos. Como esse público ainda não possui discernimento para separar o que é certo do que é errado, cabe aos seus pais e educadores a árdua tarefa de controlar, ensinar e mostrar o caminho certo por onde navegar.

Como não é possível vigiar ou acompanhar os seus filhos em tempo integral, há bastante ajuda tecnológica disponível no mercado. Desde softwares que bloqueiam o acesso por determinadas palavras-chave até sistemas que registram toda a atividade da criançada nas suas vidas virtuais, enviando relatórios periódicos aos pais. Pode parecer um pouco invasivo, mas ainda não sabemos qual o melhor modo de educar essa geração em um universo totalmente novo. Há 20 anos atrás, quem não gostaria poder acompanhar seus filhos como uma abelhinha por onde e com quem eles andavam no mundo real?

A proteção tecnológica pode ser uma solução interessante, mas nada como o bom senso para os papais e mamães das gerações passadas cuidarem de seus adolescentes da geração Z através da internet. Vale lembrar que eles vivem essa nova era mais intensamente, nasceram e cresceram nela, e enquanto estaremos correndo atrás, eles já estarão dois passos adiante nas novas tecnologias.

*Renato Filipov e diretor de tecnologia da Máquina Public Relations

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*Por Renata Asprino

A era digital mudou completamente a forma de divulgação de produtos. E, consequentemente, a maneira de trabalharmos na mídia.

Minha experiência de mais de 12 anos trabalhando na Máquina da Notícia me propiciou passar por diversos estágios, antes e depois da tecnologia assolar o nosso dia a dia. Nos “primórdios”, era comum passar o dia dobrando os releases – acreditem: tive treinamento sobre como dobrar o papel para tornar o título atrativo e fazer com que os jornalistas lessem o release. Era tudo via carta para mandarmos junto o “cromaqui” – nada de foto digital – por correio.

Aos poucos fomos nos adaptando ao fax, primeira grande inovação introduzida nas redações e nas agências de comunicação. Agora, tudo é feito por e-mail. Atenção, leitores! Não pensem que sou muito “das antigas”! Tenho 33 anos e peguei toda esta transformação. Na faculdade tive taquigrafia e fazíamos o trabalho na máquina de escrever! No começo desta semana fui apresentada a outra novidade. Durante uma reunião, um dos executivos estava com um iPad. Trata-se de um “computadorzinho” da Apple que agrega no mesmo aparelho diversas funções tecnológicas como programas básicos de texto, games, tocador de música e vídeo, leitor de livro digital, acesso a web etc. Fechado é como aquelas agendas com capa de couro que ganhamos de brinde no final do ano.

Temos que estar totalmente abertos a estas novas tecnologias e o que é mais difícil: temos que nos adaptar a elas. Estive em um cliente esta semana e discutimos a utilização das redes sociais para “promover” seus produtos. Hoje não há mais dúvida sobre isso, não podemos fazer nenhuma divulgação sem trabalhar a blogosfera. Ali estão os formadores de opinião e o consumidor. Eles chegaram para facilitar a nossa vida. Por exemplo, para falar sobre um lançamento de esmalte, basta contar a novidade para as blogueiras que o assunto vira hit na internet. Quem acompanha estas páginas são as interessadas pelo assunto, são as que irão comprar os esmaltes e que irão pedir por eles na manicure. Os blogueiros estão no nosso mailing como a grande imprensa. E o Twitter? O mais fascinante disso é a rapidez no resultado. Soltamos um lançamento e em menos de 5 minutos já tivemos twitters repercutindo o assunto. Quando envolvemos celebridades então, o assunto ganha dimensões inimagináveis. Na semana passada o Luciano Huck esteve no Hopi Hari e, ao traduzir sua experiência em menos de 140 caracteres, os mais de 2 milhões de seguidores do apresentador estavam sabendo que ele estava lá.Se não bastasse isso, o cantor Gabriel Pensador ainda retuitou o fato. Até por isso, algumas empresas estão aterrorizadas com o assunto. Da mesma forma que o assunto positivo foge do controle, quando o consumidor tem problemas com determinados produtos o assunto vira global.

A era digital trouxe os consumidores para perto e com voz cada vez mais ativa. Todo cuidado é pouco, mas nós consultores de comunicação temos que aproveitar as oportunidades que estão nesse universo ainda não tão conhecido. Por isso mesmo, para divulgarmos um produto, um evento, ou qualquer outra ação do cliente, é inadmissível fazermos qualquer planejamento sem pensar com carinho e bastante atenção nas redes sociais. Pensarmos em estratégias voltadas especificamente para Orkut, Facebook, Youtube e Twitter e, também, em press kits e releases que “conversem” com os opinion makers que pretendemos atingir.

Um dos exemplos mais recentes que posso citar aconteceu com o evento de beleza, moda e música Monange Dream Fashion Tour. Consagrado como o maior do Brasil, o assunto repercutiu de forma positiva nos ambientes sociais e os vídeos que postamos no Youtube foram assistidos por milhares de pessoas poucos minutos depois de serem incluídos na ferramenta. Por isso, é muito importante estarmos sempre abertos a toda e qualquer novidade que surja na comunicação; para estarmos sempre à frente e nos mostrarmos “antenados” para o cliente. E pensar que tudo começou com uma simples máquina de escrever….

*Renata Asprino é executiva da Máquina Public Relations

A convivência do jornalismo tradicional com a forma de divulgação de notícias das novas mídias sociais

*Por Gilson Moreira

A internet mudou a vida de todas as pessoas. Sequer queremos lembrar como eram nossas vidas sem a revolução que foi a rede mundial. Hoje, até nossos hábitos de consumo já foram modificados. Quem compra um carro sem saber as opiniões de outros sobre o veículo pretendido? Quem se hospeda em um hotel sem antes verificar as referências que os turistas anteriores cravaram na rede?

O mesmo acontece com o jornalismo. A Internet e as redes sociais também vêm transformando a maneira de se fazer notícia. E isso para o bem e para o mal. Começo listando as vantagens e benefícios: a informação hoje é mais rápida e acessível a todos; a participação dos leitores foi muito ampliada; a multiplicidade de opiniões é mais valorizada. Mas, tudo tem seu lado questionável: a apuração dos fatos ficou pior (recentemente, um incêndio em uma fábrica de colchões em SP acabou noticiado como queda de um avião); há maiores riscos às reputações de pessoas e empresas; a ética dos produtores de “notícias” das redes sociais é, muitas vezes, questionável. Some-se a isso o evidente despreparo jurídico dos países para lidar com pendências decorrentes de divulgações na internet.

Como bem resumiu o sociólogo inglês Andrew Keen, “a dimensão participativa da internet diluiu as linhas divisórias entre fato e a ficção, entre invenção e realidade, obscurecendo o Princípio da

Objetividade”. O resultado desse processo, para Keen, seria a queda acentuada da qualidade e da credibilidade da informação que recebemos.

O consenso é que os jornalistas também não sabem lidar com essa nova forma de se produzir notícia. Outro dia, um respeitado editor de TV me procurou desenvolver uma pauta sobre uma grande empresa que passava por um questionamento jurídico. Eu atendi a demanda, mas o questionei sobre o porquê daquela pauta. Aproveitei para informar o editor que um repórter, da própria rede dele, criticava, em seu blog pessoal, os veículos de comunicação que noticiavam aquela pauta. O repórter classificava tais veículos de “oportunistas”. O comentário sumiu do blog pessoal do jornalista minutos depois, mas já estava salva em meu computador.

Outro exemplo aconteceu na própria Máquina da Notícia. Durante a Copa do Mundo da África do Sul. No dia, de um dos jogos da seleção brasileira houve um movimento nas redes sociais chamado de “Dia sem Globo”, propondo um boicote à Rede Globo de Televisão. Imediatamente nossa empresa soltou um aviso a todos nossos jornalistas que atuam como assessores de imprensa: “cuidado com as repercussões que suas opiniões, veiculadas em sites pessoais, podem ter em suas vidas profissionais”.

Prevenir nunca é demais!

*Gilson Moreira é diretor da Máquina Public Relations.

 

Como Carlos Brito pretende devolver vigor à Budweiser

Como Carlos Brito pretende devolver vigor à Budweiser

Em vinte anos, Carlos Brito ajudou a transformar a Brahma numa gigante que engoliu a maior cervejaria dos Estados Unidos. Agora, o diretor-presidente da Anheuser-Bush InBev NV tenta reanimar as marcas Budweiser e Bud Light em meio a uma das maiores crises já enfrentadas pela indústria americana.

Brito, planeja reformular o marketing da Budweiser. Ele quer interromper o declínio da marca em seu maior mercado e também expandir as vendas em países como China e Rússia.

Brito entrou na Brahma vinte anos atrás, depois de receber um MBA na Universidade Stanford, dos EUA. Ajudou a instilar uma cultura simples, que o ajudou a financiar a onda de aquisições que entre a belgo-brasileira InBev NV e a Anheuser-Busch Cos. por US$ 52 bilhões, em 2008. 

WSJ: Como o sr. vai mudar o marketing da Budweiser para reavivar a marca nos EUA?

Carlos Brito: Temos de melhorar a maneira como reforçamos os fundamentos da marca. Não temos enfatizado às pessoas que há um processo de fermentação diferente das outras cervejas que existem por aí. Faz anos que não falamos muito [do processo de envelhecimento com madeira de faia].

WSJ: As cervejas populares dos EUA enfrentam problemas. O sr. acha que os problemas dessas mega marcas são de longo prazo?

Brito: Não acredito nessa teoria das mega marcas. A economia roubou muitos clientes nossos, e alguns deles passaram para marcas mais baratas. É visível o interesse das pessoas nas marcas artesanais. Temos muitas marcas nesse segmento. Mas podemos fazer um trabalho melhor nisso.

WSJ: O sr. desenvolveu uma cultura empresarial sem luxos. Como isso funciona para o sr.?

Brito: Se você faz qualquer coisa pela qual suspeite que o consumidor não estará disposto a pagar mais – pense duas vezes antes de fazer.

WSJ: Onde o sr. enxerga as melhores oportunidades para expandir mundialmente a marca Budweiser?

Brito: Queremos transformar a Budweiser numa marca importante, um ícone verdadeiramente mundial. O segmento premium no Brasil ainda é muito pequeno se comparado ao da maioria dos países. Mas achamos que uma marca como a Budweiser pode expandir o segmento. Então a lançamos na Rússia, e o Brasil também está na mira.

WSJ: O Brasil está crescendo rapidamente para vocês. Por que é um mercado tão aquecido?

Brito: Começamos a investir em embalagens, combinações de preço, e em algumas expansões interessantes na Brahma e na Antarctica, que começou a atrair mais compradores.

WSJ: O sr. perdeu participação de mercado na Rússia, em que se tornou a segunda maior cervejaria depois da Carlsberg A/S. Como o sr. está enfrentando os desafios da crise econômica e dos impostos mais altos sobre a cerveja?

Brito: Analisamos o negócio quatro anos atrás e concluímos que precisávamos afastar nossa linha de produtos das marcas mais baratas. Investimos em marcas que achamos que farão sucesso daqui a uns cinco ou dez anos. Por isso que compramos a Budweiser.

Estabilizamos a empresa. Agora queremos começar a expandir as marcas certas.

WSJ: A China é um mercado de cerveja grande, mas os lucros são poucos para as cervejarias multinacionais porque muita cerveja lá é barata. O sr. tem visto alguma melhora?

Brito: Nossa maneira de aumentar os preços é melhorando a variedade da oferta, então estamos vendendo mais Budweiser e Harbin em vez de nossas marcas locais. É um mercado difícil em termos de preço, mas os chineses são muito abertos às marcas premium.

WSJ: Os analistas já disseram que sua empresa é muito boa em cortar custos e melhorar a margem de lucro, mas também questionaram sua capacidade de construir marcas. Será que essa crítica é justa?

Brito: Acho que é uma crítica injusta porque, é só olhar os números. Nossos números mostram que o faturamento e os custos, evoluíram. Também tenho que ser humilde e admitir que aprendemos muito com as aquisições. Nosso marketing e recursos humanos evoluíram bastante. Alguns investidores nos conhecem há 20 anos e ainda nos consideram aquela empresa local do Brasil.

 Entrevista publicada no The Wall Street Journal  e Valor Econômico

“Data is the new oil”

*Por Cinthia Saito

Pessoal, no dia 26 de junho, acompanhei aqui no Rio uma palestra promovida por um de nossos clientes, a Estácio, que levou a um dos seus campi o alemão Gerd Leonhard, blogueiro, escritor, mídia futurista – como costuma autodenominar-se – e um dos mais respeitados especialistas em mídia social no mundo. Além de autor daquele famoso blog mediafuturist.com (citado pela Daniele Lua no post de 11 de junho), ele presta consultoria a grandes empresas como Google, Sony-BMG, Nokia, BBC e The Financial Times. Achei interessante dividir com vocês alguns dos principais tópicos.

Em primeiro lugar, ele aponta a tecnologia como um aspecto determinante e crucial para o sucesso das companhias, principalmente em tempos de mídia social, quando milhões de cidadãos pelo mundo utilizam os mais diversos dispositivos (texto, áudio e imagem) para expressar idéias. Ele chamou atenção para o ECOSystem, a nova forma de obter êxito na era da Web 2.0. Ao contrário do EGOSystem, no qual o objetivo e o lucro de uma empresa estão voltados apenas para ela mesma, o ECOSystem propõe o compartilhamento de ações e serviços entre diferentes empresas e setores como uma eficaz estratégia para atender ao crescente perfil de exigência dos usuários.

– “Ele [usuário] não se contenta mais com o que está disponível. Sabe exatamente o quê, onde, quando e como quer”, analisa Gerd, mostrando a relevância do Twitter  ao falar da ampla adesão (150 milhões de pessoas) e acesso quase irrestrito que o microblog oferece a plataformas de aplicativos, interface, criação de perfis etc. “É uma fonte preciosa de informação sobre o que pensam os consumidores acerca dos produtos que consomem. Não é à toa que essa mídia já serve de base para mais de duas mil empresas”, completa.

Outro conselho importante é que ignorar as redes sociais é um suicídio, já que grande parte da percepção que as empresas tem dos seus consumidores vêm atualmente de discussões online. Segundo ele, há empresas sendo citadas em mais de dois mil tweets por minuto todos os dias. Mas a enorme quantidade de dados disponíveis não precisa ser encarada como ameaça, e sim solução, se utilizada para construção da imagem e prova do engajamento de uma instituição. “As empresas precisam estar antenadas sobre o que falam sobre elas, mas também devem estar preparadas para responder e mostrar que se importam com a opinião do consumidor. Quanto mais ignorado ele se sentir, mais irritado e insatisfeito estará”.

O monitoramento web e o Portal do Cliente, produtos que a Máquina oferece, são exemplos dessas novas soluções que selecionam e disponibilizam conteúdo para os clientes, de modo a facilitar o acesso à informação e, consequentemente, a resposta para a mesma.

Então, gente, aí vai outra dica: buscar ferramentas que tornem um negócio, um serviço ou uma mídia social mais completa é um dos grandes diferenciais para alcançar os desejos do consumidor: “Fechar-se é isolar-se. Precisamos perder nosso medo em depender do outro”.

*Cinthia Saito é colaboradora da Máquina do Rio de Janeiro

O (bom) uso das redes sociais em debate na USP

*Por Heloisa Joly

“As pessoas querem participar, interagir. Hoje, uma empresa que interage nas redes sociais é muito mais valorizada do que aquelas que apenas se expõem”. A afirmação, feita por Marcelo Coutinho, diretor de inteligência de mercado do portal Terra Networks, foi um dos melhores apontamentos ressaltados durante a palestra “Novas fronteiras tecnológicas em marketing e comunicação” realizada na Universidade de São Paulo na semana passada.

O evento, aberto ao público, reuniu quatro especialistas* em redes sociais para discutir como as empresas podem, e devem, aproveitar esse já não tão novo espaço na internet. Dentre os exemplos que mais me chamaram a atenção está o da revendedora de automóveis americana AutoNation. De acordo com o palestrante David Carlson – diretor do Center for Media Innovation + Research e do laboratório de mídia interativa da Universidade da Flórida – , a empresa monitora/procura tuítes que dizem coisas como: “Hoje, meu carro pifou e vou precisar trocar o óleo dos freios”. Quando os localiza, responde ao internauta através de seu Twitter: “Faça sua troca de óleo por 10 dólares em uma loja conveniada a rede AutoNation na avenida…”.

Dentre as rede sociais, ferramentas de busca e afins citadas durante o debate, duas das mais enfatizadas como relevante para o monitoramento que as empresas devem fazer na rede foram a Del.icio.us e o Pipes, ambos do Yahoo!. E, quanto ao futuro de toda essa mídia na web, o consenso ficou em torno das aplicações feitas para conexões móveis. Segundo os dados passados, hoje no Brasil, 7,1 milhões de pessoas usam o celular para navegar na internet. A estimativa para 2012, é que esse número salte para 44 milhões de brasileiros.  

Para todos ali presentes, as marcas e as empresas estão se redefinindo (e precisam dar muita atenção a isso) com base naquilo que dizem nas redes sociais e no que é dito sobre elas.  Por isso, a área de mídias sociais não deve ser gerenciada por um núcleo distinto dentro das empresas. Trata-se de algo que precisa estar presente no dia-a-dia de todos. A ponto das intranets obsoletas, que usam o e-mail como principal ferramenta de comunicação interna, estarem com os dias contatos. O tempo agora é o das empresas 2.0.  


*Palestrantes

Dr. David Carlson – diretor executivo do Center for Media Innovation + Research e diretor do laboratório de mídia interativa da faculdade de jornalismos e comunicação da Universidade da Flórida

Dr. Marcelo Coutinho – diretor de inteligência de mercado para a América Latina – Terra Networks

Dra. Elizabeth Saad – professora titular do departamento de jornalismo e editoração da Universidade de São Paulo

René de Paula Jr. – User Experience da Microsoft Brasil

*Heloisa Joly é gestora de comunicação na Máquina da Notícia