Por Renato Vinícius Filipov, Diretor de Tecnologia do Grupo Máquina. Texto publicado na Revista Moeda Viva, novembro/2010.
O gadget do momento é o tablet. Ok, há muita palavra nova em uma só frase, mas temos que nos acostumar pois, no tempo em que vivemos, cada dia há um novo termo a incluir em nossos dicionários. “Gadget” é a palavra que define os dispositivos eletrônicos mais quentes e desejados do mercado. Também se aplica a alguns programas de computador, mas quando se referem a eletrônicos, normalmente são aqueles aparelhos novíssimos, repletos de novidades e que fazem parte dos sonhos de muitos aficcionados por tecnologia e entusiastas do mundo moderno.
Os “Tablets PC” não são propriamente uma novidade, mas o bom gosto e a divulgação muito bem feita pela Apple do seu iPad chacoalharam o mercado mundial. E foi muito além da tecnologia, afetando diversos setores que não podíamos nem imaginar.
Esses aparelhos são como laptops, mas sem teclado ou mouse. Parecem uma prancheta eletrônica. A tela é menor (em geral entre 7 a 10 polegadas) e é sensível ao toque, ou seja, o usuário interage com o equipamento usando seus próprios dedos em contato com a tela. O “teclado” se projeta na tela, e a interface fica perfeita. Dessa forma, são aparelhos super portáteis, leves e com a capacidade de executar centenas de tarefas.
Há alguns anos fala-se em “e-books” ou “livros eletrônicos” que poderiam substituir as revistas e os jornais no futuro. Vejo as duas mídias se complementando ao invés de matarem umas as outras. Os tablets também executam essa tarefa, mas vão muito além. Ler um livro ou o jornal do dia nesses aparelhos é uma experiência fantástica, além de ter fácil acesso aos seus e-mails, navegar na internet, interagir em todas as redes sociais, visualizar fotos, assistir filmes em boa definição e armazenar milhares de músicas em sua memória. Isso sem falar em programas desenvolvidos por terceiros que podem ser instalados facilmente: jogos eletrônicos, editores de textos e planilhas, calculadoras científicas entre muitas outras opções.
Esse vasto leque de opções sacudiu toda a economia. Empresas que atuam fortemente na web agora possuem um (bom) problema em mãos: quem lançar soluções próprias diferenciadas e criativas para explorar as oportunidades desse novo mercado poderá morder uma boa fatia do bolo. Entrar depois que o bolo estiver cortado pode deixar sua empresa somente com as migalhas.
Depois do enorme sucesso do iPad, os gigantes da tecnologia começaram a se movimentar para criarem seu arsenal anti-Apple. A Dell promete lançar pelo menos dois tablets nos próximos meses, enquanto a Microsoft, HP, Samsung, Sony e outras do ramo já possuem suas soluções (ou estão prestes a sair do forno). Esses aparelhos não são tecnicamente fantásticos (devido à limitação de tamanho e ergonomia), mas cumprem com extrema eficiência o que se propõem a executar. A briga promete ser boa e, com mais opções no mercado, quem sai ganhando somos nós, consumidores.
Somada a essa nova plataforma digital, recentemente a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) divulgou um anúncio de que o Brasil terá a telefonia celular de quarta geração (4G) em funcionamento até a Copa de 2014. Vamos a alguns números para tentar explicar o impacto dessa novidade. Atualmente, os celulares mais modernos utilizam a conexão 3G com a internet. A conexão 4G atinge de 100 a 5.000 megabits por segundo (Mbps) e é pelo menos 10 vezes mais rápida que as conexões dos nossos celulares e tablets atuais. Ou se ainda é pouco, os dados em 4G vão trafegar 100 vezes mais rápidos do que o acesso mais simples de banda larga que temos disponíveis em nossas casas. É muito rápido.
Imaginando um cenário repleto de tablets se comunicando a 4G (ou até mesmo nos 3G atuais), é possível visualizar diferentes plataformas se comunicando em tempo real, trocando informações e dados em uma única rede mundial. Será possível realizar um check-up de rotina sem sair de casa, plugando sensores nesses gadgets que enviarão os seus dados vitais em tempo real para o seu médico. Visualizar câmeras e condições das rodovias no meio do caminho ou a popularização de aplicações de ensino à distância também são possibilidades reais. Ou no âmbito corporativo, realizar reuniões à distância com vídeo e voz será tão comum quanto falar ao telefone é hoje, e a experiência nas redes sociais nunca mais será a mesma.
Finalizei minha coluna de fevereiro de 2009 com a seguinte frase: “é certo que um dia você ainda terá um smartphone, resta saber quando”. Hoje em dia são raros os empresários e pessoas que dependem da comunicação que conseguem viver sem um smartphone (BlackBerry, iPhone, HTC e muitas outras marcas). Não podemos dizer o mesmo para os tablets, já que o alcance deles não é tão amplo assim devido ao alto custo e a sua utilidade menos essencial do que um telefone celular proporciona, mas que eles vieram com força total e com um enorme potencial a ser explorado, isso é inegável.
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